Depois de levar mais de 190 mil pessoas ao Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, de agosto de 2010 a fevereiro de 2011, a obra de um dos maiores poetas da língua portuguesa do século XX será celebrada no Centro Cultural Correios, no Centro do Rio, entre os dias 25 de março e 22 de maio. Em “Fernando Pessoa, plural como o universo”, o público tem a oportunidade de conhecer, ou reconhecer, algumas de suas personas, que se revelam nos versos assinados por seus heterônimos – personagens-poetas com identidade própria – e por pessoa “Ele-mesmo”. Com curadoria de Carlos Felipe Moisés e Richard Zenith e projeto cenográfico assinado por Helio Eichbauer, a exposição mostra toda a multiplicidade da obra de Pessoa e pretende conduzir o visitante a uma viagem sensorial pelo universo do poeta, fazendo-o ler, ver, sentir e ouvir a materialidade de suas palavras.
Com realização da Fundação Roberto Marinho, a exposição apresenta a vida-obra do poeta por meio de diferentes suportes. Em seu percurso, o visitante vai viajar pelos versos de alguns de seus heterônimos mais conhecidos, como Alberto Caeiro, o “poeta da natureza”; Ricardo Reis, médico e discípulo de Caeiro; Álvaro de Campos, um engenheiro de educação inglesa e origem portuguesa; e Bernardo Soares, autor do Livro do Desassossego. Também são apresentados trechos de poemas assinados pelo próprio, por heterônimos menos conhecidos e algumas de suas personalidades literárias, como o Barão de Teive, o prosador suicida.
O público terá ainda a oportunidade de ver algumas raridades, como a primeira edição do livro Mensagem, único publicado por ele em vida, e os dois números da revista Orpheu, um marco do modernismo em Portugal. Para Carlos Felipe Moisés, um dos curadores, não é necessário conhecer previamente a obra do poeta para visitar a exposição. “Nosso propósito básico é levar Fernando Pessoa à vida do cidadão que não o conhece, e que, portanto, encontrará uma linguagem acessível. E àqueles que já estão familiarizados com seus versos, que terão a chance de descobrir aspectos e conceitos novos”, afirma. Moisés acredita que basta conviver com a obra de Pessoa para entendê-la e diz que isso deve ser feito em etapas para melhor assimilá-la. “Nossa intenção é provocar o público, fazer com que as pessoas fiquem intrigadas, inquietas e voltem para perceber a exposição de outras formas”. Segundo o também curador Richard Zenith, “a ideia é que essa relação também se estenda para fora dos domínios do Centro Cultural e seja atraente para os mais diferentes públicos”. Zenith espera que o visitante saia de lá disposto a ler e pesquisar sobre o poeta.
A exposição “Fernando Pessoa, plural como o universo” tem patrocínio da Rede Globo, do Itaú, do Banco Caixa Geral - Brasil e da Fundação Calouste Gulbenkian; apoio do Consulado Geral de Portugal, em São Paulo, da Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, do Centro Cultural Correios do Rio de Janeiro, do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, e do Ministério da Cultura por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura; e produção da Fazer Arte.
Maiores informações sobre esta e outras exposições no site do Centro Cultural Correios. O Centro Cultural Correios está localizado na Rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro, Rio de Janeiro.
Enviado por Leila Andrade.
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