Centralização de funções indica novos rumos da FBN, mas é alvo de críticas do setor
No fim de abril, a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, anunciou oficialmente que a Fundação Biblioteca
Nacional (FBN), presidida por Galeno Amorim, centralizará todas as
políticas relacionadas a livros e leitura no país. Semanas antes e após o
anúncio, três vazamentos de água causados por uma falha no sistema de
refrigeração atingiram mais de dois mil periódicos e manuscritos da sede
da Biblioteca Nacional, no Centro, e do anexo, na Praça Mauá. O estado
da coleção — a maior da América Latina — e do edifício bicentenário
contrasta com o anúncio da acumulação de atribuições da FBN.
Em entrevista na sede da Biblioteca, com o ar condicionado desligado para evitar novos vazamentos, Amorim sustenta que o setor de livro e leitura ganha força ao ter suas políticas concentradas numa só instituição.
— No ano passado, a Biblioteca Nacional, as políticas nacionais e a área internacional saíram fortalecidas — afirma o presidente da fundação.
A nova estrutura, que concentra sob a FBN essas três áreas citadas por Amorim, está na Casa Civil para apreciação mas, na prática, já ocorre desde janeiro de 2011, quando ele assumiu a presidência. Entretanto, apesar do alegado fortalecimento, tanto a Biblioteca Nacional quanto as políticas nacionais e internacionais vêm recebendo críticas.
Em entrevista na sede da Biblioteca, com o ar condicionado desligado para evitar novos vazamentos, Amorim sustenta que o setor de livro e leitura ganha força ao ter suas políticas concentradas numa só instituição.
— No ano passado, a Biblioteca Nacional, as políticas nacionais e a área internacional saíram fortalecidas — afirma o presidente da fundação.
A nova estrutura, que concentra sob a FBN essas três áreas citadas por Amorim, está na Casa Civil para apreciação mas, na prática, já ocorre desde janeiro de 2011, quando ele assumiu a presidência. Entretanto, apesar do alegado fortalecimento, tanto a Biblioteca Nacional quanto as políticas nacionais e internacionais vêm recebendo críticas.
Programa paralisado em 2011
Além dos problemas na preservação do
edifício da Biblioteca Nacional, o Plano Nacional do Livro e da Leitura
(PNLL) ficou paralisado em 2011. Em abril do ano passado, o então
secretário-executivo do PNLL, José Castilho, deixou o cargo que ocupava
desde 2006, motivado pela centralização de poderes da FBN. Desde então,
até abril deste ano, o programa não apresentou novas ações de fomento à
leitura, sendo alvo de críticas do Colegiado Setorial de Livro, Leitura e
Literatura. Galeno Amorim argumenta que o ano passado foi dedicado à
formulação das ações do PNLL para 2012, anunciadas há pouco mais de um
mês, com investimento de R$ 373 milhões — uma verba que não pode ser
utilizada para outra finalidade por ser oriunda do Fundo Nacional de
Cultura. Boa parte desse montante, no entanto, corresponde a recursos do
Programa de Aceleração do Crescimento, que já estavam reservados
anteriormente para a construção de bibliotecas, e não significam um novo
investimento da FBN.
Por fim, o principal símbolo do projeto da FBN de difusão internacional da literatura brasileira ainda está indefinido. Em 2013, o Brasil será o convidado de honra da Feira do Livro de Frankfurt, principal evento do mundo para o setor, e precisa apresentar detalhes de sua programação já na edição deste ano, que acontece de 10 a 14 de outubro. Mas o comitê organizador da participação brasileira ainda não foi sequer oficializado. Representantes de instituições culturais da cidade alemã ouvidos pelo GLOBO criticam a lentidão no andamento dos preparativos, que incluem, além da feira, uma série de eventos culturais.
Por fim, o principal símbolo do projeto da FBN de difusão internacional da literatura brasileira ainda está indefinido. Em 2013, o Brasil será o convidado de honra da Feira do Livro de Frankfurt, principal evento do mundo para o setor, e precisa apresentar detalhes de sua programação já na edição deste ano, que acontece de 10 a 14 de outubro. Mas o comitê organizador da participação brasileira ainda não foi sequer oficializado. Representantes de instituições culturais da cidade alemã ouvidos pelo GLOBO criticam a lentidão no andamento dos preparativos, que incluem, além da feira, uma série de eventos culturais.
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