terça-feira, 28 de abril de 2009

O bibliotecário e a era do conhecimento

As civilizações têm como marco inicial a palavra escrita, testemunho mais eloquente de qualquer cultura. Na Antiguidade, bibliotecas foram símbolo do prestígio das cidades que as abrigavam. Zelar por elas era tarefa das mais importantes, atribuída a um segmento nobiliárquico competente. Ainda não se distinguiam os papéis do escriba e os do bibliotecário, como os entendemos hoje, mas o fato é que esses profissionais gozavam de prestígio e respondiam diretamente ao soberano. A partir da invenção da prensa móvel por Gutenberg, aumenta exponencialmente o número de exemplares por livro e surgem os jornais, os fascículos, as revistas. Logo, as bibliotecas demandaram profissionais especializados, na moderna figura do bibliotecário - que desenvolveram sistemas mais eficazes de catalogação, disposição, conservação etc.

No Brasil, esse marco foi estabelecido pelo engenheiro, bibliotecário, escritor e poeta Manuel Bastos Tigre. A importância de sua contribuição é reconhecida também pela legislação, que apontou a data de seu nasci- mento -12 de março- como o Dia do Bibliotecário no Brasil.
Em 1906, Bastos Tigre viajou para os Estados Unidos, onde conheceu Melvil Dewey, que já havia instituído o sistema de classificação decimal. A partir de 1945, trabalhou na Biblioteca Nacional e, depois, assumiu a direção da Biblioteca Central da Universidade do Brasil. Fiéis ao espírito pioneiro de seu patrono e aos inúmeros serviços que prestou ao país e ao livro, bibliotecários brasileiros clamam na data de hoje pelo reconhecimento social que, todavia, ainda não lhes faz justiça plena.

De fato, predomina, entre nós, muito amadorismo na questão. Enquanto o bibliotecário é visto como luxo dispensável, não raro outros profissionais são chamados para quebrar o galho, comprometendo a conservação de acervos importantes, sua disposição racional e sua acessibilidade.

Nas escolas a situação é de calamidade pública. Muitas nem sequer possuem bibliotecas. Não raro, é algum professor que se encarrega de organizar o acervo. Em outras, os livros se atulham sob escadas, corredores ou salas inadequadas. O impacto é extremamente negativo na formação dos alunos. Na idade em que a leitura precisa ser valorizada para que seu hábito se cristalize, o estudante vê livros tratados como entulho. Nada o convencerá mais tarde do contrário: o livro permanecerá entulho, e sua leitura, um ato despido de sentido.

Quanto ao ensino superior, as informações não são melhores. Boa parte dos grandes complexos educacionais privados costuma adquirir muitos livros. Mas, quantos? Uma centena de exemplares pode impressionar o leigo, mas está longe da suficiência se o número de alunos por curso passa da casa do milhar. Se isso é válido para uma política hipócrita em relação ao livro, imaginemos as proporções bibliotecário/usuário nessas instituições. Seu número é quase sempre insuficiente, como são precárias suas condições de trabalho.

No momento em que governo e sociedade no Brasil se dão conta de nossos vergonhosos níveis de leitura e se mobilizam para superá-los por meio de programas de incentivo, não é mais possível aceitarmos esses descalabros. É o momento de convocar o bibliotecário para -ao lado do educador, do escritor, do editor e de outros- traçar os rumos de uma política eficaz e duradoura para os livros e para as bibliotecas.

Entre os novos desafios, o maior vem da tecnologia da informação, que cresce exponencialmente. Ajudar o pesquisador, o profissional e o cidadão a pinçar, entre uma infinidade de informações, aquelas que realmente lhe interessam e que são confiáveis é apenas a ponta do iceberg. De fato, a possibilidade de acesso mais democrático à informação, à literatura e à cultura em geral não permitirá que o bibliotecário se aliene em relação a desafios que trazem em seu bojo a histórica oportunidade de aliança entre cultura e consciência crítica, entre informação e emancipação.
Inicialmente, ele terá de interagir em equipes multidisciplinares, em processos de mútuo aprendizado. Aos poucos, sua formação específica haverá de impor-se como peça-chave de funções socialmente tão relevantes. O bibliotecário se mostrará, assim, indispensável. Quando isso ocorrer, a forma como esse profissional for tratado por empregadores de quaisquer tipos, pela sociedade e pelo legislador representará indicador do grau de civilização que poderemos projetar para nós mesmos.

Fonte: Folha de São Paulo/ TENDÊNCIAS/DEBATES

Por Denise Ismerio

Memória digital além da vida

Nova ferramenta, Legacy Locker acaba com problema de bloqueio de senhas após morte de usuário.

Como proteger a vida digital após a morte? Começar uma agência funerária on-line pode parecer macabro, mas a ideia surge para suprir uma necessidade real: até hoje, não havia uma solução fácil para a recuperação dos dados privados de pessoas que faleceram. Nomes de usuários, senhas e contrassenhas bancárias, números de contas de serviços como PayPal, iTunes e eBay, fotos, documentos pessoais e mensagens privadas ficavam lacradas em uma espécie de ciber-purgatório, sem que parentes pudessem acessá-los após a sua morte. Para acabar com o problema, a Legacy Locker, fundada este mês pelo marqueteiro americano Jeremy Toeman, chega para oferecer um serviço de arquivamento e distribuição de bens on-line para parentes e amigos dos falecidos.

Leia a reportagem na íntegra em: http://jbonline.terra.com.br/leiajb/noticias/2009/04/20/ciencia/memoria_digital_alem_da_vida.asp

Por Denise Ismerio

II Seminário Brasileiro Livro e História Editorial

O II Seminário Brasileiro Livro e História Editorial (ou II Seminário Lihed), realizado por meio da parceira UFF / Fundação Biblioteca Nacional/ Academia Brasileira de Letras, é um evento acadêmico internacional que se insere no encerramento das comemorações do bicentenário da criação da Impressão Régia do Rio de Janeiro com o “Colóquio: 200 anos de livros brasileiros” e, ao mesmo tempo, na abertura do Ano da França no Brasil, com o Colóquio Internacional “Diálogo Brasil-França: Livros e Leituras, Teorias e Práticas”, com o apoio da Université de Versailles Saint-Quentin-en-Yvelines (Centre d’histoire culturelle des sociétés contemporaines), parte 4 dos “Diálogos Brasil-França: Ler, escrever e narrar, ontem e hoje”, incluído na sua programação oficial.O evento inclui ainda o Colóquio Internacional “Arquivos, Memória Editorial e História da Vida Literária” e a Exposição “Francisco Alves, o Rei do Livro”, realizados com apoio do Programa Petrobras Cultural, no âmbito da Lei Rouanet, e da Faperj, voltado para difundir o conhecimento e a conscientização da importância da preservação da documentação editorial, para o cultivo da memória das “gentes do livro”, valorizando sua contribuição para a formação da cultura brasileira e para a história da vida literária em nosso país.

Programação: www.uff.br/lihed
Contatos: Secretaria: seminario.lihed@gmail.com
Coordenação: anibalfabraganca@gmail.com
Telefax: 55 21 2629 2783

Por Selma Oliveira

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Preciosidades da obra de Paulo Freire desbloqueadas para impressão

A obra de Paulo Freire, pensador brasileiro comprometido profundamente com as causas sociais, está agora disponível para leitura e impressão na internet. O material é inovador, criativo, original e tem importância histórica inédita.

http://www.ac.gov.br/bibliotecadafloresta/biblioteca/index.php?option=com_content&task=view&id=638&Itemid=128

Enviado por Luciana Avellar.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Notícias da Rede Sirius via Blog

Até pouco tempo, as notícias da Rede Sirius eram colocadas em um site chamado Acesso Online, um jornal eletrônico que com uma estrutura de notícias cronologicamente reversa, ou seja, com as mais recentes em primeiro plano. Este tipo de estrutura de notícia, é a principal de um blog - ou weblog - uma espécie de diário virtual que já é febre na internet pessoal e corporativa há quase dez anos. Além disso, várias das inovações criadas para blogs - como a possibilidade de comentários e a facilidade do uso dos hiperlinks e a busta automática por tags - já foram incorporadas já há bastante tempo pelos grandes órgãos de comunicação que atuam dentro e fora da Internet.

Deste modo, a incorporação de um blog ao site oficial da Rede Sirius nos leva a um outro momento em relação à comunicação interna e externa da rede. A facilidade de se inserir a notícia e a praticidade de se ter acesso em tempo real a ela - sem falar ainda na prática imprescindível nesses tempos de se evitar a produção de papel impresso - virão a tornar a comunicação da Rede muito mais fácil, simples e efetiva.

Enviado por Marcos Vasconcelos.