Mostrando postagens com marcador Bibliotecários. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Bibliotecários. Mostrar todas as postagens

sábado, 12 de março de 2016

No Dia do Bibliotecário, cabe novamente a pergunta: afinal, o que é uma biblioteca?



Dia 12 de março, Dia do Bibliotecário.

Gravura - o interior da biblioteca de Alexandria
Hoje, fui desafiado a fazer um texto sobre o Dia do Bibliotecário. Eu poderia falar muitas coisas, principalmente da importância que os bibliotecários e as bibliotecárias que atendem ao Instituto de Letras da UERJ tiveram em toda a minha vida acadêmica. Eu poderia falar das quantidades absurdas de pesquisa feitas ao longo da graduação, especialização e mestrado, que seriam muito mais complicadas sem eles/elas. Poderia falar da origem da biblioteca de Alexandria, de 288 a.C., ou de nomes relevantes para a Biblioteconomia, como Melvil Dewey, criador do CDD. Ou, ainda, e principalmente, poderia falar da minha completa falta de informação do que seria uma biblioteca ou um bibliotecário quando entrei na graduação, em 1992. Claro que eu já tinha entrado em uma biblioteca antes, mas quando somos crianças, não prestamos muita atenção a essas coisas de adulto... nem tive professor que me dissesse o que era uma biblioteca, ou o que fazia uma bibliotecária.

Ruínas da Biblioteca de Adriano, na Turquia.
Após trabalhar com revistas acadêmicas e diagramação de livros, revisão de textos e grande quantidade de bibliografias, acabei vindo trabalhar na Rede Sirius, uma biblioteca universitária de referência. Eu, que até então conhecia biblioteca como usuário (de fora para dentro), passei a ter uma visão de dentro para fora. Hoje, não consigo entender como esse segmento profissional me era invisível, não consigo ver uma sociedade do conhecimento sem o trabalho do profissional de Biblioteconomia.

Por tudo isso, decidi não falar algo novo, mas republicar um artigo postado aqui, em novembro de 2015. Assim, trago novamente o texto para o topo da página deste blog para dar a oportunidade de leitura àqueles que, atarefados, deixaram passar. Coloco no centro da cena a pergunta:

Afinal, o que é uma biblioteca?

O interior de uma biblioteca na Antiguidade, com pergaminhos
Fonte: portaldobibliotecario.com/2015/04/28/biblioteca-e-bibliotecario-ao-longo-da-historia/

Para os dicionários (Aurélio, Caldas Aulete, da Porto Editora), existem três acepções básicas: 1) uma coleção de livros para consultas e estudos; 2) um lugar onde essa coleção se encontra; e 3) uma estante ou móvel onde se guardam os livros. Percebo que essas definições não dão conta de explicar do que se trata. Não sou bibliotecário, falo apenas como mero usuário, um usuário que frequentou e frequenta bibliotecas e, por acaso ou destino, acabou indo trabalhar num núcleo administrativo de uma rede de bibliotecas de uma universidade pública.


Uma biblioteca é muito mais do que aquilo que qualquer definição possa nos apresentar. Existem quatro aspectos mínimos que devemos observar ao pensarmos em defini-la, igualmente importantes, que não devem ser desconsiderados. O primeiro é o físico: aquele lugar onde estão reunidas obras publicadas, ou manuscritos (sim, ainda é esse o nome que se dá às obras não publicadas); onde podemos consultar, escolher, cheirar, manusear os livros impressos e outros documentos; um lugar de encontro, troca de ideias, ou de aquisição de ideias novas.

Obras raras do MID / Rede Sirius
Foto por Elir Ferrari
Um segundo aspecto é o trabalho do/a bibliotecário/a. Um trabalho invisível para nós, meros usuários. Biblioteconomia é uma ciência que trata do arranjo e da organização, que administra a biblioteca, mas não só. A localização das obras interna e externamente, a aquisição de acervos, os registros das informações, referências, classificações, tudo isso é um trabalho muito complexo, pois é necessário relacionar obras, informações, assuntos localmente e nos sistemas que permitem a busca em/de outras bibliotecas; são enlaces imprescindíveis para uma pesquisa, essencial para a aprendizagem. Sem isso, estaríamos perdidos no meio dos livros e poderíamos nos afogar num mar de textos desconexos. A chamada Tecnologia da Informação, as bases de dados de pesquisa, as novas formas de gerenciamento de conteúdo dependem desse profissional, que faz esse trabalho que os usuários não sabem que existe. Sem contar com o auxílio luxuoso que nos dão no momento em que precisamos buscar conteúdos, ampliar nossa pesquisa, encontrar novos caminhos.

O terceiro aspecto é o que o usuário mais percebe. Por mais que a Internet já tenha modificado certas práticas de pesquisa e estudo, biblioteca é o lugar onde está o conteúdo para o conhecimento. Falo do conteúdo organizado, onde um fio leva a outro, desvelando o novelo que desenrola, mas mantém a linha condutora de ponta a ponta. Por mais que se encontre conteúdos na Internet (onde existem excelentes partes de bibliotecas, como eBooks, dicionários online, artigos acadêmicos), é na biblioteca que está a melhor organização, a separação por assunto ou área, onde se pode encontrar livros lado a lado, folheá-los e decidir quais servirão para a pesquisa. A Internet facilitou muito, permitiu encontrar livros que jamais imaginaríamos encontrar, que precisaríamos visitar várias bibliotecas para consegui-los, mas o que seria da Internet se esses livros não tivessem passado por uma organização e preenchimento das informações necessárias que permitem aos mecanismos de busca acessá-los? Mesmo buscando livros avulsos online, o papel da biblioteconomia se faz presente. Vale dizer que conteúdos organizados, referenciáveis, recuperáveis em busca online, dependem da biblioteconomia.

Encontro do livro impresso e eletrônico
O quarto aspecto é o das práticas sociais e discursivas. Livros e bibliotecas são queimados ao longo da história, seja por questões religiosas, seja por motivações políticas. Uma biblioteca bem servida pode representar uma ameaça a governos ditadores, ou grupos extremistas, mas são sempre libertárias, pois nos tiram da ignorância e nos inserem num mundo novo. A biblioteca está inserida nas práticas civilizatórias, nas culturas, na nossa vida, seja qual for a forma. Mesmo que nunca se tenha entrado em uma, é preciso sabermos que ela alimentou as disciplinas, as escolas, as universidades; ela permitiu os ensinamentos, os letramentos, facilitou o acesso, orientou e disponibilizou conteúdos, correntes teóricas, visões de mundo. Se uma cidade é construída, se uma doença é curada, se um celular foi inventado, muito se deve à biblioteca, que guardou e cuidou dos manuais, compêndios, projetos, relatórios e coleções de livros que registram os relatos e procedimentos para gerações futuras. 

Enviado por Elir Ferrari

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Bibliotecário da UERJ apresenta palestra em evento internacional na Espanha

Nos dias 16 e 17 de novembro de 2015, aconteceu na Faculdade de Ciências da Informação da Universidade Complutense de Madrid, o 7 Encontro Ibérico EDICIC 2015 (Asociación de Educación e Investigación en Ciencia de la Información de Iberoamérica y el Caribe).

O evento foi organizado pela Universidade Complutense de Madrid em conjunto com a Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Nova de Lisboa. O tema principal do seminário foi “Os Desafios e Oportunidades da Ciência da Informação e Documentação na Era Digital”.

Robson Dias Martins, bibliotecário da Rede Sirius – Rede de Bibliotecas UERJ, participou do congresso e apresentou a palestra intitulada “A atuação do bibliotecário no uso e reuso da informação: e-Science, repositórios institucionais e editoração de periódicos”. Em sua apresentação, ele exibiu casos de sucessos no Brasil e apresentou as novas funções dos bibliotecários da UERJ com a inserção da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD). A apresentação ocorreu na Sessão Docência e Inovações e foi considerada um sucesso pelos participantes.

Enviado por Mauro Corrêa Filho via Robson Martins

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Bibliotecária da Rede Sirius falece em grave acidente

A Rede Sirius está de luto pela perda de nossa amiga, a bibliotecária Raquel Amâncio. Raquel e a irmã Talita, estavam no ônibus que sofreu um grave acidente na tarde de domingo (6), a caminho de Trindade, distrito de Paraty-RJ. A tragédia provocou a morte de 15 pessoas e deixou outras 62 feridas 

O sepultamento será hoje, dia 08/09 as 15:30 na Vila Rosali, em São João de Meriti, nas capelas 7 e 8.

Enviado por Marcos Vasconcelos.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Rede Sirius comemora o Dia do Bibliotecário

Neste dia 12 de março, a Rede Sirius comemorou mais um Dia do Bibliotecário, em um evento preparado para a comunidade interna do setor pela Direção e pelo Núcleo MID. Com a presença de bibliotecários e servidores administrativos de diversas gerações da Rede, foi exibido no Auditório Wanda Coelho e Silva, um episódio do seriado Seinfeld que fala sobre bibliotecas, mostrando vários aspectos da profissão, como a administração do acervo público, os estereótipos dos profissionais do setor, entre outros aspectos. Abaixo, um trecho do filme:



Mais uma vez, como em tantos outros encontros e oportunidades, a Rede Sirius demonstrou a força da união e da qualidade humana de seus servidores, o que tem sido uma das características mais importantes de nossa unidade acadêmica. Apesar de dificuldades, a organização, a administração e o cuidado com nosso grupo de colaboradores tem mantido a Rede em um patamar diferenciado entre as bibliotecas universitárias do país.

É com orgulho que a Rede Sirius deseja este feliz Dia do Bibliotecário a todos os companheiros de profissão, de todos os lugares.

Enviado por Marcos Vasconcelos.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Rede Sirius comemora o Dia do Bibliotecário com evento sobre Preservação de Acervo.

Na próxima quarta-feira, dia 12 de março, Dia do Bibliotecário, a Rede Sirius promoverá um evento comemorativo, às 10h,  no auditório Wanda Coelho e Silva, no Bloco B, 1º andar do Pav. Reitor João Lyra Filho. Na ocasião será feita a apresentação da nova Campanha de Preservação e Conservação do Acervo, voltada para alunos, servidores e professores que se utilizam das bibliotecas da Rede. A campanha contará com um site, material informacional, que deverá ser distribuído em todas as bibliotecas, e uma nova temática.

Neste dia, que marcará também o início das atividades acadêmicas em 2014, será também distribuído o Regulamento da Rede Sirius, recém atualizado, para uso nos balcões de atendimento. O novo Regulamento, como já foi divulgado, se encontra disponível on-line.

Enviado por Marcos Vasconcelos.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

As novas funções dos bibliotecários na era digital

Não dá pra concordar com tudo do infográfico porque a realidade é americana, mas a parte sobre as novas funções dos bibliotecários chama atenção. Embora sejam apenas novas nomenclaturas para velhos cargos, traduzem bem o modo como o trabalho vem sendo desenvolvido nos últimos anos, pelo menos nas bibliotecas universitárias brasileiras. Ainda não é uma realidade local plena, mas certamente é tendência. E serve como boa atualização na resposta para a velha pergunta, “afinal, o que faz um bibliotecário?”

(do blog Bibliotecários Sem Fronteiras)


Enviado por Marcos Vasconcelos.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Biblioteca do futuro vai deixar de ser o lugar que guarda livros, segundo Matthew Battles

Importante pensador do futuro das bibliotecas, Matthew Battles defende ‘curadoria’ da informação digital e participação do cidadão nos acervos.
(O Globo, Segundo Caderno, 13/08/2013)

Saiu no Segundo Caderno na última terça-feira, 13/08, uma entrevista com Matthew Battles, diretor do MetaLab da Universidade de Harvard. Battles é um colaborador da Digital Public Library of América, que une o acervo digital de várias bibliotecas dos EUA, e falou sobre a “biblioteca do futuro” em palestra apresentada no CCBB do Rio ontem, dia 14/08.

Relembrando que a biblioteca já existia antes mesmo que os livros existisse em sua forma atual, como produto de comércio, Battles entende a biblioteca como um conceito aberto, passível de mudanças. Com a migração dos livros para o meio digital, a biblioteca terá que se ressignificar.

Ele afirma que o modelo de eBook que temos hoje também terá de sofrer alterações, uma vez que foi desenvolvido a partir dos procedimentos de download de música, baseado no iPod. A forma ideal de consumo dos eBooks deverá prever uma socialização maior do conhecimento, pois “a leitura já é um ato bastante privado, então precisamos de formas de dividir essa experiência uns com os outros”, diz ele. Nesse aspecto, a biblioteca terá suma importância, pois poderá proporcionar aos usuários o acesso às inovações, provendo os materiais adequados e as ferramentas necessárias, que são muito caros.

Os acervos impressos não desaparecerão e novos acervos – os digitais – estão se incorporando. Battles recomenda que “as bibliotecas precisam entender as vastas fontes de informação da sociedade moderna como um fenômeno que precisa de curadoria”.

As ferramentas digitais permitem que se relacionem os livros com materiais iconográficos, além de pesquisas que podem associar informações jamais pensadas. Os modos de interação e acesso serão maximizados.

Matthew Battles termina a entrevista com dicas para atrair usuários para a biblioteca:
“Todo mundo está virando bibliotecário. A biblioteca precisa apelar para a sensação de alegria das pessoas de descobrir algo novo e dividir com os outros. É o que já fazemos nas redes sociais. O desafio é fazer essa lógica funcionar no espaço físico, por meio da tecnologia, que nos permita interagir não só com os livros, mas uns com os outros”.

A entrevista na íntegra pode ser lida no Globo Online.

Enviado por Elir Ferrari.

quinta-feira, 14 de março de 2013

O Dia do Bibliotecário na Rede Sirius


O Dia do Bibliotecário, comemorado no dia 12 de março, foi festejado pela Rede Sirius em grande estilo.






As comemorações começaram às 14h com o pronunciamento da diretora da Rede, Rosangela Salles, seguida pela apresentação do vídeo “Universidade dos Pés-Descalços”, um exemplo vindo de comunidades rurais da Índia, de que o conhecimento e a sabedoria não dependem da instituição acadêmica.


Logo após o vídeo, foi a vez do MID – Núcleo de Memória, Informação e Documentação da Rede Sirius. A coordenadora Luciana Avellar fez uma breve introdução ao excelente trabalho desenvolvido pelo publicitário Marcos Vasconcelos e pela designer e artista plástica Paula Vieira, servidores da Rede, na reformulação da logomarca da Rede Sirius.

A apresentação de Marcos mostrou em todos os detalhes uma nova programação visual para as bibliotecas da UERJ.

As apresentações culminaram num grande encontro entre bibliotecários, administrativos, estagiários e amigos da Rede, numa comemoração que juntou o Dia do Bibliotecário e as aniversariantes do mês de fevereiro.






Enviado por Rosangela Salles.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Rede Sirius promove curso em Excelência no Atendimento

Aconteceu no sábado, dia 16 de junho, para 27 servidores recém concursados (Bibliotecários e Assistentes Administrativos), no Auditório Wanda Coelho e Silva, o curso: "Excelência do Atendimento ao Usuário de Unidades de Informação", ministrado pela Bibliotecária Luciana dos Santos Nahuz (SESC/DF).

O curso, de caráter introdutório, teve como objetivo, garantir a qualidade no relacionamento e na comunicação entre profissionais e os usuários das bibliotecas, minimizando o desgaste natural do atendimento, seja pessoal, por telefone ou e-mail; e abordou entre outros temas, o trabalho em equipe, a motivação, a autoimagem e autoestima.

Em um ambiente descontraído, os servidores expressaram livremente suas opiniões sobre suas práticas, contracenaram uns com os outros encenando os acontecimentos do cotidiano da biblioteca e participaram de dinâmicas visando o fortalecimento do trabalho em equipe.

A Rede Sirius agradece a presença de todos e informa que numa nova turma receberá o treinamento no próximo semestre.









Enviado por Rosangela Salles.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Bibliotecas no meio de duas polêmicas

As bibliotecas estiveram presentes em duas polêmicas que correram na internet semana passada.

A primeira foi provocada por um artigo do jornalista Luís Antônio Giron, publicado em seu blog da Revista Época no qual relatava uma experiência que considerou desastrosa ao visitar a biblioteca pública de seu bairro (não disse qual era), onde não encontrou o que buscava. O trecho que provocou dezenas de comentários, muitos irados, de bibliotecárias, foi o seguinte:

“Cheguei de mansinho, talvez pensando em reencontrar nas prateleiras os livros que mais me influenciaram e emocionaram. Topei com prateleiras de metal com volumes empoeirados à espera de um leitor que nunca mais apareceu. O lugar estava oco. A bibliotecária me atendeu com aquela suave descortesia típica dessa categoria profissional, como se o visitante fosse um intruso a ser tolerado, mas não absolvido. Eu sei que as bibliotecárias, entre suas muitas funções hoje em dia, sentem-se na obrigação de ocultar os volumes mais raros de suas respectivas bibliotecas. Bibliotecas mais escondem do que mostram. Há depósitos ou estantes secretas vedadas aos visitantes. São as melhores – e, graças às bibliotecárias, você jamais chegará a elas.”

A segunda polêmica foi a do fechamento do site http://www.livrosdehumanas.org/ por iniciativa da ABDR – Associação Brasileira de Direitos Autorais, sob a acusação de violação de direitos de autores e editores. É a terceira vez que o site é fechado por problemas semelhantes. Josélia Aguiar publicou em seu blog Livros Etc. uma entrevista com Thiago (sem sobrenome), apresentado como coordenador do site. O entrevistado responde a uma das perguntas:

“Sou estudante, recém-formado e me preparando para o mestrado da Letras-USP. Em 2009 a xerox do curso – ilegal para a ABDR, mas sem a qual ninguém consegue estudar na USP ou em qualquer outra universidade brasileira – aumentou o valor da página fotocopiada para R$ 0,15, acréscimo de 50%. Isto motivou um grupo de estudantes a compartilhar o conteúdo de suas disciplinas em sites como 4shared e mediafire. O blog funcionava como um indexador destes links.”

Ele não informa a razão pela qual “ninguém consegue estudar na USP ou em qualquer outra universidade” sem apelar para as reprografias. Eu afirmo aqui, com todas as letras: porque as bibliotecas universitárias são MUITO ruins, perdendo apenas para as bibliotecas públicas em geral na qualidade.

Antes que bibliotecárias e defensores da reprografia me ataquem, vou logo dizendo: a questão do acesso público aos livros é uma bandeira que defendo há muitos anos, e as bibliotecárias (os) NÃO SÃO responsáveis pela situação precária das bibliotecas brasileiras. E os fatos que discuto aqui também têm exceções, as sempre bem-vindas e necessárias exceções que confirmam a regra. Não quero incorrer no principal “pecado” do Giron, segundo suas atacantes, que é o da generalização indiscriminada.

Vou tentar esmiuçar um pouco as questões: Quem primeiro reconhece a situação precária do sistema de bibliotecas públicas brasileira é o próprio Ministério da Cultura, que encomendou uma ampla pesquisa, feita pela FGV, sobre a situação. O link para os dados da pesquisa é http://migre.me/9ajHC. Os dados são, literalmente, estarrecedores. No que diz respeito à crítica do Giron, vale ressaltar os seguintes dados sobre o perfil dos “dirigentes” (responsáveis) pelas bibliotecas públicas: 1% deles completaram apenas o ensino fundamental 1 (antigo primário); 2%, o ensino fundamental II (antigo ginásio); 40%, o ensino médio; e 57% completaram o ensino superior. Entretanto, apenas 11% desses dirigentes são bibliotecários (ou bibliotecônomos, ou “cientistas da informação”, como recentemente andam sendo chamados); 18% são pedagogos; 7% formados em letras; 4% em história e o resto em outras graduações.

A possibilidade de que quem o atendeu com a tal “suave descortesia” seja uma bibliotecária é bem remota. Mas isso não importa. O fato é que o nível de capacitação do pessoal de bibliotecas deixa a desejar. Não por serem bibliotecários (as). Muito pelo contrário. Trata-se simplesmente de parte do problema de qualificação geral do pessoal para o sistema. A sensação de descaso descrita pelo Giron, infelizmente, é verdade para muitas bibliotecas, e também não é verdadeira para outras. Há experiências comprovando todas. Assim como há bons e maus funcionários públicos em geral (e acredito que a maioria seja competente e interessada em bem desempenhar seu serviço ao público), existem bons e maus atendentes de bibliotecas. C’est la vie.

Dito seja que não concordo com a posição antiga defendida pelo Conselho Federal de Biblioteconomia de que o responsável por cada biblioteca deva necessariamente ter graduação na área. Considero essa posição corporativista e irreal (se o CFB mudou ou matizou sua posição, alvíssaras). Com a aprovação da lei que dá prazo para que as escolas tenham bibliotecas, não há condições de que isso seja cumprido. A solução está no desenvolvimento de sistemas nos quais profissionais bibliotecários supervisionem o funcionamento de várias bibliotecas e que o atendimento de frente seja feito por técnicos de ensino médio e VOLUNTÁRIOS. Devidamente capacitados.

Quem já visitou o magnífico prédio da Rua 42, em Nova York, principal sede da Biblioteca Pública da metrópole, sabe que praticamente todo o atendimento de frente é feito por voluntários. A maioria é de senhoras que se dispõem a doar algumas horas por semana para ajudar a Biblioteca, e só se chega a consultar um bibliotecário(a) quando se trata de questões técnicas relevantes. A Biblioteca organiza e capacita esses voluntários, de modo que haja sempre um atendimento correto, eficiente e simpaticíssimo por parte dessas senhoras voluntárias. E isso tudo diz muito também sobre a integração da biblioteca com a comunidade a que serve.

O importante é salientar que, desde antes do Censo, os responsáveis pelas políticas públicas de bibliotecas do Brasil vêm desenvolvendo esforços enormes para melhorar essa situação. Ainda existem municípios que não têm nenhuma BP, e a situação da maioria é lamentável, sem dúvida nenhuma.

Não vou aqui listar as medidas que vêm sendo tomadas pela administração do Galeno Amorim na Biblioteca Nacional, onde o Sistema Nacional de Bibliotecas conta com a colaboração de uma profissional competentíssima, Elisa Machado. Tampouco vou assumir aqui o papel de defensor do sistema de bibliotecas públicas de São Paulo, dirigido por Maria Zenita Monteiro. O sistema, sob a administração do Carlos Augusto Calil na Secretaria de Cultura, tem melhorado muito nos últimos anos, inclusive com consulta via Internet do acervo. E não é justo confundir a readequação de bibliotecas (com sua transformação em bibliotecas temáticas) com a extinção de bibliotecas. E uma boa reportagem com as duas profissionais mencionadas pode dar luz à dimensão dos problemas e dos esforços que estão sendo feitos.
Porque também tem outra coisa. Políticas públicas não resolvem os problemas (no caso, de acesso aos livros e à leitura) da noite para o dia. Sua maturação é lenta e depende também de ações na área da educação e das políticas sociais em geral. O importante é que o problema está sendo enfrentado não apenas pelos mencionados, como também por muitos outros administradores públicos Brasil a fora. O que não justifica, obviamente, que uma grande maioria pouco se importe com o problema. Na verdade, esses administradores que não colocam as bibliotecas como prioridade são parte do problema.

E o fechamento do site? São vários pontos envolvidos nisso. Em primeiro lugar, e como questão mais importante, é que as bibliotecas universitárias são, no meu entender, esquizofrênicas. Há um enorme esforço para atualização de acervos e atenção aos usuários dos programas de pós-graduação, particularmente na área das ciências naturais. As aquisições de acervos eletrônicos, de revistas técnico científicas, é muito significativa.

Mas, na área da graduação, a situação é lamentável. Não existem exemplares em quantidade suficiente para o atendimento minimamente decente para os alunos. As malfadadas “pastas dos professores” e a reprografia foram a resposta capenga para isso. Sem falar em “universidades” particulares de pequenas cidades das quais se diz que alugam bibliotecas para passar pela avaliação do MEC e receber licença de funcionamento, e que depois são devidamente devolvidas aos “empreendedores” (e põe empreendedorismo nisso!) que as alugaram. Não conheço nenhum caso concreto, mas os rumores abundam.

A ABDR foi originalmente concebida como uma instituição de licenciamento de reproduções, medida que corre paralela à defesa dos direitos autorais (que são originalmente dos AUTORES, e subsidiariamente das editoras, note-se). Essa proposta inicial foi desvirtuada aqui no Brasil, e a ABDR se transformou em uma agência basicamente repressiva, promovendo o fechamento de copiadoras e de sites como o mencionado.

O resultado dessa política equivocada é a mobilização dos estudantes contra as ações da ABDR. Pior ainda, identificando a questão do Direito Autoral como algo de interesse simplesmente das editoras, quando diz respeito fundamentalmente aos autores, que merecem e devem receber remuneração por seu trabalho. Daí que, em vez de pressionar por melhores bibliotecas, apela-se para o “jeitinho”: pastas de professores, sites de compartilhamento. A questão de fundo se perde, e as bibliotecas continuam sendo péssimas (a vontade é a de usar outro adjetivo, mas o decoro o impede).

Outro problema diz respeito às obras “órfãs”, livros que possivelmente ainda estão sob proteção da lei de direitos autorais, mas não disponíveis no mercado. É um problema sério, objeto de discussão em vários foros, inclusive internacionais.

O triste disso tudo é que, pela ineficiência e insuficiência das bibliotecas – públicas e universitárias – todos são prejudicados: alunos e o público em geral pelas dificuldades de acesso; autores e editores pela perda de renda decorrente da reprodução não autorizada.

Finalmente, uma última palavra sobre os editores. Independentemente da questão das bibliotecas, Ed Nawotka, o editor do site Publishing Perspectives, uma vez publicou um aforismo que gosto de repetir: livro pirateado é o que não foi colocado no mercado com preços e condições aceitáveis para os consumidores/leitores.

(Por Felipe Lindoso - jornalista, tradutor, editor e consultor de políticas públicas para o livro e leitura. Foi sócio da Editora Marco Zero, diretor da Câmara Brasileira do Livro e consultor do CERLALC – Centro Regional para o Livro na América Latina e Caribe, órgão da UNESCO. Publicou, em 2004, O Brasil pode ser um país de leitores? Política para a cultura, política para o livro, pela Summus Editorial. Mantêm o blog www.oxisdoproblema.com.br)

Enviada por Mirna Lindenbaum.

terça-feira, 22 de maio de 2012

A cultura da crítica

Eu acredito que só critica quem tem boa auto-estima. E prezo muito quem sabe exercitar a crítica direcionada ao mesmo tempo em que aceita ser criticado. Quem não aprendeu isso bullinando ou sendo bullinado no jardim da infância, vai aprender tarde. E daí, pode ser tarde demais para lidar com a cultura da crítica.

O xilique mais recente no mundo bibliotecário gira em torno do artigo “Dê adeus às bibliotecas“, que eu pessoalmente acho que contêm nada além de verdade quanto ao seu relato. No caso particular deste texto, me parece que a controvérsia gira em torno da confusão bibliotecária entre o público e privado (típico do brasileiro cordial, para bem ou para mal) e de interpretação do texto.

Um dos problemas essenciais da crítica é que ela exige uma carga de comparação. Só é capaz de criticar algo com consistência quem tem a habilidade de avaliar o melhor e o pior em uma escala de criticismo.

Sempre me pareceu que aos bibliotecários falta um pouco do senso de comparação (ou em termos técnicos, de benchmarketing) para entender que muitas vezes o teor da crítica diz muito mais a respeito do que se deseja e o que poderia ser, do que uma crítica aberta descompromissada.

Eu que eu sou notoriamente reconhecido por críticas ácidas direcionadas às bibliotecas (e consequentemente aos profissionais que nelas se encontram) procuro sempre me posicionar de forma participativa na resolução da própria crítica, quando negativa, e evidenciar as boas práticas, quando a crítica é construtiva. O mundo não funciona assim?

Mas as critícias sempre aparecem (a propósito, recentemente fui criticado em uma mensagem privada pelo pesquisador do IBICT Miguel Angel Arellano por eu ter criticado o SEER, comparando-o a um outro modelo de editoração acadêmica, com dizeres do tipo “que tipo de cientista você é? que comentário mais besta”) e temos que saber lidar com elas. E mais ainda, quando nós formos os alvos da crítica, saber ouvir e nos preocupar em atender.

Por que não há crítica realmente fundamentada que seja inconsistente. Eu nunca vi.

Para todos os outros casos, leiam esse texto, Zen e Arte da crítica construtiva, que eu fiz questão de traduzir como a minha contribuição à todo o bate-cabelo do artigo da Época.

Quem busca o melhor não vai se dar por satisfeito. E tô com a Dora e não abro.

(por Moreno Barros, do site Bibliotecários sem Fronteira.)


Enviado por Ana Pitança.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Trabalhadores de museus e arquivos podem receber proteção especial

A Câmara dos Deputados analisa proposta que obriga o Ministério do Trabalho e Emprego a criar regras complementares à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT- Decreto-lei 5452/43) para proteção das pessoas que trabalham em arquivos, bibliotecas, museus e centros de documentação e memória. A medida está prevista no Projeto de Lei 2361/11 que, na prática, abre espaço para que esses profissionais recebam adicional de insalubridade, a ser definido em norma do Ministério. Este adicional é previsto na Constituição, que determina que ele seja regulamentado por lei.

O autor da proposta, deputado Carlinhos Almeida (PT-SP), diz que essa é uma reivindicação antiga dos trabalhadores da área. “Esses profissionais estão constantemente expostos a agentes biológicos e químicos, todos causadores de graves doenças, principalmente respiratórias. Apesar disso, não foram contemplados em norma do Ministério do Trabalho para que recebam o adicional”, argumentou.

Classificação necessária

O deputado ressalta que a atividade em condições adversas proporciona ao trabalhador o adicional de insalubridade que incide sobre o seu salário base. Mas, lembra ele, o reconhecimento desse direito não se dá com a simples constatação da insalubridade por meio de laudo pericial. É necessária a classificação da atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo Ministério do Trabalho, segundo têm decidido os tribunais.

Tramitação

A proposta, que tramita de forma conclusiva, será analisada pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.


(da Agência Câmara de Notícias)

 Enviado por Ester Aparecida. (CTC/F)

quarta-feira, 14 de março de 2012

Rede Sirus celebra o Dia do Bibliotecário, homenageando os 21 Anos da Biblioteca Comunitária

Na festiva data do Dia do Bibliotecário, 12 de março, a Rede Sirius homenageou sua Biblioteca Comunitária que comemora em 2012 seus 21 Anos.  Foi um encontro de gerações e emoções que proporcionou aos novos servidores conhecer a bela história que a Biblioteca Comunitária construiu e constrói ao atender aos usuários dos ensinos fundamental e médio, principalmente.

Parabéns a todos que fazem parte desta história.

Abaixo, fotos do evento:







Enviado por Rosangela Salles.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Homenagem aos bibliotecários em forma de poesia

O poeta Paulo R. Oliveira Caruso, servidor da Rede Sirius, homenageou os bibliotecários neste dia 12 de março, com uma série de poemas. Através do lirismo de seus textos, a Rede Sirius parabeniza a todos  os Bibliotecários.

À grande estrela Sirius

Ó grande Sirius estrela,
os hieróglifos egípcios
te trazem como a primeira
a despontar no horizonte
e nos ditar nosso fado.
Não por providência divina,
motivo por que tu não és
a mim significativa
e te peço para descansar
de ouvir crendices tolas.
(10-11-11)


Indriso aos livros na Idade Média

Mosteiro sem livros:
castelo sem armas.
Saber da Idade Média.

Tudo manuscrito.
Calígrafos a rezar,
copiar e ilustrar textos.

Religiosos no quase monopólio.

Livros protegidos por maldições.
(29-11-11)


Indriso aos livros de bolso

Salvas aos livros de bolso,
por do tédio nos salvarem
nas famigeradas filas!

Palmas a eles pela ajuda,
propiciando a nós cultura
ante a loucura do aguardar!

Assim torço pelas delongas...

Também sigo a versejar...
(25-12-11)


Trova aos vitais livros

Livros são fonte mui rica
que não pode se perder.
O conhecimento fica
a partir do doce ler.
(3-1-12)


Trova aos livros carentes

Livros merecem carinho.
Livros merecem amor.
Nunca merecem daninho
toque a lhes vir do torpor.
(10-11-11)


Livros

Livros são nobres portais
a diversos tempos e mundos,
a múltiplos personagens
e diferentes paisagens.
São eles prodigibundos
em aventuras geniais.

Livros trazem maravilhas
em forma de cimbres páginas,
não raro sem figuras.
São eles frutas maduras;
retêm o frescor de lágrimas
felizes por seguir novas trilhas.
(01-11-09)


Livros (segunda parte)

O que são livros pra ti, leitor?
Não são eles mui rijas pontes
ou rejuvenescedoras fontes?
Faz tu a ti mesmo um favor...

São pontes seguras a mundos
e mentes diversos do nosso.
Nas páginas eu sei que posso
ganhar meus voos profundos

na mente de vários autores
e em mundos por eles criados.

Em mergulho repleto de amores
em fontes que são bens gerados

por bicos de penas em cores
belas me dando bons recados.
(01-11-09)


Quadra aos livros

Livros são pontes vetustas
rumo a mundos fantasiosos
e a outros mundos alentosos
de origens as mais robustas.
(22-12-10)


Indriso a Giuseppe Arcimboldo e seu bibliotecário

Giuseppe Arcimboldo
pintou há meio-milênio
o essencial bibliotecário.

Bibliotecas são portas
a mundos do conhecimento
a que vamos nas asas do amor.

Asas firmes nós ganhamos.

Rumo ao doce conhecer.
(05-9-11)


Indriso aos livros numa biblioteca

Livros numa biblioteca
constituem a seiva bruta
desta árvore do saber.

Produzidos para circular,
devem chegar aos leitores
e lhes causar devaneios!

Não devem presos ficar!

Devem bem tratados ser.
(29-7-11)


Haikai à Rede Sirius de bibliotecas

Sirius estelar.
Em dia co’a sabedoria.
Luz para o estudar.
(31-8-11)


Soneto em quadras à Biblioteca Real de Alexandria

Como é bela, Alexandria,
tua biblioteca! Ela é vasta!
A qualquer outra desbasta
na procura do dia a dia!

Muitos volumes tu tens,
tentando logo abrigar
cópia de todo o pensar
deste mundão a que tu vens.

Do saber universal
é a tua classificação,
de Aristóteles paixão
para um saber sem igual.

Alexandre imperador
pelo saber tinha amor.
(7-11-11)


Quadra às bibliotecas em geral

Um recanto do saber
deve ser a biblioteca.
Não só de quem já usou beca,
mas de quem quiser crescer.
(9-2-12)


Soneto em quadras a Sirius

Chegou da Sirius distante
a fonte de luz do Egito.
Deuses principiaram rito
de cultura fulgurante.

A estrela se tornou Sothis,
já sendo então venerada
pela ceifa celebrada
c’o Nilo a encher em bons botes.

Ao astro era atribuído haver
no planeta qualquer sorte;
cada faraó, após a morte,
p’ra lá ia, buscando aprender.

Sirius de sabedoria,
brilha mais a cada dia!
(07-11-11)


Soneto em quadras segundo a Sirius

Alexandre, o Grande, foi guiado
pelo despontar de Sirius,
herdeira do alvor dos lírios
e espelho em melhor recado.

O Egito se conquistou
pelas mãos do imperador
e este logo mostrou amor:
ao calendário mudou.

O calendário dos gregos
no egípcio foi então baseado;
Sirius era o norte dado
a este com mil apegos.

Era a doce egípcia luz,
não a que hoje bem me conduz.
(07-11-11)


Quadra ao saber a se perpetuar

O saber se perpetua
quando o mesmo não se prende.
Alegrias mais ele rende,
se alguém propaga a fé sua.
(08-11-11)


Haikai aos livros

Fontes de boa vida.
Mundos outros riquibundos.
Alegria querida.
(22-12-10)


Haikai segundo aos livros

Livros: lindo mundo!
Conhecer mentes: prazer.
sentir fremebundo.
(02-2-11)


Haikai para os livros

Livros: meu repasto.
Consciência de minha essência.
Porém, não me basto.
(16-8-11)


Haikai aos bons livros do Senhor

Bons livros de amor.
Inspirar do acalentar.
Risos do Senhor.
(10-9-11)


Enviado por Rosangela Salles.