Os livros são fontes de conhecimento. Embora haja controvérsias, eles permanecem e para tê-los junto a nós por mais tempo e poder compartilhar com o maior número de pessoas é preciso conservá-los. Obras de séculos passados são guardadas e consideradas verdadeiras relíquias, raros ou raríssimos. Eles requerem cuidados especiais. São obras que merecem nosso respeito e por isso recebem tratamento, ‘cirurgias’ que prolongam suas vidas.
Neuza Bomfim Garcia é espécie de “cirurgiã” no setor de recuperação de livro que estão danificados no “Hospital do Livro” da Biblioteca de Garça, projeto reconhecido pelo Ministério da Cultura. |
Em Lençóis Paulista (43 quilômetros de Bauru), apelidada de Cidade do Livro, um especialista trata as obras para conservá-las para a prosperidade. Um trabalho minucioso que requer preparação. Luvas e pincéis para a limpeza que, muitas vezes traz até resquício de BHC (sigla de inseticida forte) usado antigamente e que pode ser encontrado nas páginas de livros antigos.
A ‘reconstrução’ de uma obra é um trabalho cheio de detalhes, papéis e cola especiais dão nova vida à obra guardada muitas vezes de forma inadequada. Os livros de capa de couro e feitos com papéis de alta durabilidade são marcas de uma época. Os mais recentes não usam o mesmo material.
Na cidade de Garça (70 quilômetros de Bauru) a conservação de livros ganhou um aliado, o “Hospital do Livro”, um projeto que foi premiado e que merece o respeito de todos aqueles que sabem a importância das obras. A iniciativa de uma bibliotecária busca educar a nova geração para cuidar dos livros.
O projeto é voltado para crianças e adolescentes e reduziu em cerca de 40% o número de livros devolvidos para a biblioteca com algum tipo de dano, desde que foi implantado. Mas o resultado melhor do projeto é que ele toca no sentimento das pessoas. Um hospital para o livro, com medicamentos, socorros, salas especiais como uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é capaz de sensibilizar não só o público alvo, mas também adultos.
O capricho e o cuidado com a linguagem, com o ‘tratamento’ das obras é algo de saltar os olhos e atingiu mais 15 mil crianças. O lado B do projeto é ensinar menores infratores a prática da encadernação, um ofício que está em extinção, mas que pode representar a profissionalização daqueles que não tiveram a chance de ler os livros e com eles aprender as lições. O “Hospital do Livro” trabalha três vertentes: a sustentabilidade, a cidadania e a questão econômica.
Na biblioteca de Garça quem empresta um livro e o devolve danificado é convidado a doar outro. Os livros infantis e infantojuvenis são os que mais sofrem com os danos. Muitas vezes retornam rasgados, com marcas de que foram molhados, sujos e faltando folhas. A capa ou folhas são substituídas por cópias e não ficam como era originalmente.
(do JCNET.)
Enviado por Luciana Avellar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários feitos no Blog da Rede Sirius são passíveis de aprovação. Comentários sem identificação ou de conteúdo ofensivo não serão autorizados.