A companhia responsável pela tradicional Enciclopédia Britânica anunciou, há pouco mais de um mês, o fim de sua publicação impressa. A notícia vai de encontro a uma realidade do mundo contemporâneo: está diminuindo a quantidade de visitas a bibliotecas. Afinal, hoje, livros e pesquisas podem ser facilmente lidos pela internet. Por causa disso, espaços públicos de leitura buscam novas formas de atrair frequentadores. E, na Zona Sul, há uma iniciativa que vêm gerando bons resultados.
Instalada desde 1956 num prédio neoclássico de 1929, a Biblioteca Popular Municipal Machado de Assis, em Botafogo, tem atrativos que vão muito além de seus livros, de sua arquitetura e das palmeiras que enfeitam sua fachada. Administrado pela Secretaria de Cultura, o espaço oferece cursos de idiomas, espetáculos num teatro anexo com capacidade para até 60 pessoas e uma sala de obras infantis.
De acordo com a gerente de Livro e Leitura da secretaria, Gisele Mota Lopes, a sala de livros para crianças em fase de alfabetização foi criada a pedido de mães que frequentam a biblioteca.
- Nosso objetivo é transformar cada biblioteca num espaço que proporcione cultura em suas mais diferentes formas - explica Gisele.
Em relação à procura pelos livros, ela garante que existe um público fiel, que sugere novas aquisições para o acervo. Enquanto visitava a biblioteca de Botafogo, O GLOBO-Zona Sul encontrou três moradores do bairro que se cadastravam para pegar livros emprestados.
A Secretaria de Cultura do município também administra, em Santa Teresa, a Biblioteca José de Alencar, que está instalada no anexo do Centro Cultural Municipal Laurinda Santos Lobo. Ali são organizados bazares com artesãos para atrair um público cada vez mais cativo.
O acervo da Biblioteca Escolar Municipal Vinicius de Moraes, no Leblon, é de 17 mil livros. Constam títulos recentes, como o "As esganadas", de Jô Soares, e clássicos como "Ensaio sobre a cegueira", de José Saramago, e "Capitães de areia", de Jorge Amado. O que falta por lá são leitores.
- Estamos escondidos pelas árvores. As pessoas chegam aqui e ficam admiradas com o acervo, mas hesitam em entrar por acharem que o local se encontra fechado - lamenta a subgerente da unidade, Simone da Cruz.
Administrado pela Secretaria Municipal de Educação, o espaço carece de informatização. O cadastro para empréstimos de livros está organizado em caixas de madeira, com fichas de papel. A secretaria assumiu a biblioteca em março de 2011, e, segundo Simone, ainda estuda maneiras de atrair visitantes. A frequência está baixa, mas a subgerente do espaço tem um motivo de comemoração: há pilhas de livros doados por frequentadores e editoras.
- Precisamos de atividades que vão além da leitura, mas fico satisfeita por sempre ter os exemplares procurados pelos visitantes - conta Simone.
(da Agência Globo via Yahoo Notícias)
Enviado por Marcos Vasconcelos.
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