Importante pensador do futuro das bibliotecas, Matthew Battles defende ‘curadoria’ da informação digital e participação do cidadão nos acervos.
(O Globo, Segundo Caderno, 13/08/2013)
Saiu no Segundo Caderno na última terça-feira, 13/08, uma entrevista com Matthew Battles, diretor do MetaLab da Universidade de Harvard. Battles é um colaborador da Digital Public Library of América, que une o acervo digital de várias bibliotecas dos EUA, e falou sobre a “biblioteca do futuro” em palestra apresentada no CCBB do Rio ontem, dia 14/08.
Relembrando que a biblioteca já existia antes mesmo que os livros existisse em sua forma atual, como produto de comércio, Battles entende a biblioteca como um conceito aberto, passível de mudanças. Com a migração dos livros para o meio digital, a biblioteca terá que se ressignificar.
Ele afirma que o modelo de eBook que temos hoje também terá de sofrer alterações, uma vez que foi desenvolvido a partir dos procedimentos de download de música, baseado no iPod. A forma ideal de consumo dos eBooks deverá prever uma socialização maior do conhecimento, pois “a leitura já é um ato bastante privado, então precisamos de formas de dividir essa experiência uns com os outros”, diz ele. Nesse aspecto, a biblioteca terá suma importância, pois poderá proporcionar aos usuários o acesso às inovações, provendo os materiais adequados e as ferramentas necessárias, que são muito caros.
Os acervos impressos não desaparecerão e novos acervos – os digitais – estão se incorporando. Battles recomenda que “as bibliotecas precisam entender as vastas fontes de informação da sociedade moderna como um fenômeno que precisa de curadoria”.
As ferramentas digitais permitem que se relacionem os livros com materiais iconográficos, além de pesquisas que podem associar informações jamais pensadas. Os modos de interação e acesso serão maximizados.
Matthew Battles termina a entrevista com dicas para atrair usuários para a biblioteca:
“Todo mundo está virando bibliotecário. A biblioteca precisa apelar para a sensação de alegria das pessoas de descobrir algo novo e dividir com os outros. É o que já fazemos nas redes sociais. O desafio é fazer essa lógica funcionar no espaço físico, por meio da tecnologia, que nos permita interagir não só com os livros, mas uns com os outros”.
A entrevista na íntegra pode ser lida no Globo Online.
Enviado por Elir Ferrari.
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