terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Biblioteca do interior de São Paulo tem "Hospital do Livro"

Garça tem projeto premiado pelo Ministério da Cultura de boas práticas em bibliotecas públicas e Lençóis tem setor para conservação das publicações
Os livros são fontes de conhecimento. Embora haja controvérsias, eles permanecem e para tê-los junto a nós por mais tempo e poder compartilhar com o maior número de pessoas é preciso conservá-los. Obras de séculos passados são guardadas e consideradas verdadeiras relíquias, raros ou raríssimos. Eles requerem cuidados especiais. São obras que merecem nosso respeito e por isso recebem tratamento, ‘cirurgias’ que prolongam suas vidas.

Neuza Bomfim Garcia é espécie de “cirurgiã” no setor de recuperação
de livro que estão danificados no “Hospital do Livro” da
Biblioteca de Garça, projeto reconhecido pelo Ministério da Cultura.

Em Lençóis Paulista (43 quilômetros de Bauru), apelidada de Cidade do Livro, um especialista trata as obras para conservá-las para a prosperidade. Um trabalho minucioso que requer preparação. Luvas e pincéis para a limpeza que, muitas vezes traz até resquício de BHC (sigla de inseticida forte) usado antigamente e que pode ser encontrado nas páginas de livros antigos.

A ‘reconstrução’ de uma obra é um trabalho cheio de detalhes, papéis e cola especiais dão nova vida à obra guardada muitas vezes de forma inadequada. Os livros de capa de couro e feitos com papéis de alta durabilidade são marcas de uma época. Os mais recentes não usam o mesmo material.

Na cidade de Garça (70 quilômetros de Bauru) a conservação de livros ganhou um aliado, o “Hospital do Livro”, um projeto que foi premiado e que merece o respeito de todos aqueles que sabem a importância das obras. A iniciativa de uma bibliotecária busca educar a nova geração para cuidar dos livros.

O projeto é voltado para crianças e adolescentes e reduziu em cerca de 40% o número de livros devolvidos para a biblioteca com algum tipo de dano, desde que foi implantado. Mas o resultado melhor do projeto é que ele toca no sentimento das pessoas. Um hospital para o livro, com medicamentos, socorros, salas especiais como uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é capaz de sensibilizar não só o público alvo, mas também adultos.

O capricho e o cuidado com a linguagem, com o ‘tratamento’ das obras é algo de saltar os olhos e atingiu mais 15 mil crianças. O lado B do projeto é ensinar menores infratores a prática da encadernação, um ofício que está em extinção, mas que pode representar a profissionalização daqueles que não tiveram a chance de ler os livros e com eles aprender as lições. O “Hospital do Livro” trabalha três vertentes: a sustentabilidade, a cidadania e a questão econômica.

Na biblioteca de Garça quem empresta um livro e o devolve danificado é convidado a doar outro. Os livros infantis e infantojuvenis são os que mais sofrem com os danos. Muitas vezes retornam rasgados, com marcas de que foram molhados, sujos e faltando folhas. A capa ou folhas são substituídas por cópias e não ficam como era originalmente.

(do JCNET.)

Enviado por Luciana Avellar.

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